Pade Everaldo Partilha sua experiência Missionária nas Filipinas
Olá pessoal! Sou Pe. Everaldo de Nova Laranjeiras - PR e partilho com vocês minha experiência missionária nas Filipinas. Fui para aquele arquipélago asiático de 7.107 ilhas em julho de 1997 logo após ter concluído o noviciado na congregação dos Missionários Xaverianos. Lá chegando estudei as línguas inglesa e tagalog, depois prossegui com os estudos de teologia. No final de 2002 fiz minha profissão perpétua como Xaveriano e em 2003 fui ordenado sacerdote. A partir daí trabalhei por cinco anos em uma paróquia da periferia de Manila até 2008 quando passei a integrar a equipe de formadores na nossa Comunidade Internacional de Teologia das Filipinas. Esta experiência tem sido marcada por dois aspectos: o encontro com o povo filipino e a convivência com confrades de várias nacionalidades e culturas.
Do encontro com o povo filipino eu trago em meu coração um sentimento muito grande de gratidão por terem me ajudado na minha formação. A parcela de povo pobre e sofredor que compõe a maioria da população me ensinou o verdadeiro sentido da resistência, perseverança e confiança em Deus. Sobretudo o valor da esperança e ânimo para sempre recomeçar tudo de novo depois das constantes devastações causadas pelas enchentes, vendavais, terremotos, vulcões e até mesmo décadas de ditadura. Os teólogos filipinos me ensinaram a ver Deus caminhando junto com seu povo e com eles sofrer e ser crucificado, passando juntos pelos perigos do deserto, os conduzindo para a “terra prometida.” Nunca tive bens materiais para partilhar com eles, mas procurei ser sempre uma presença significativa em suas vidas. Demonstro meu amor e respeito pelo povo através de uma boa preparação em tudo aquilo que faço e procuro me fazer presente naquelas situações em que ninguém dos outros quer estar.
Da convivência com a multi-culturalidade dos meus confrades – somos oito nacionalidades convivendo sob o mesmo teto – aprendi muito sobre os valores necessários para que o nosso mundo um dia possa se tornar como uma grande família. Descobri que, como pessoas humanas, o que nos faz diferentes uns dos outros são os aspectos mais superficiais de nós mesmos. Naquilo que é mais essencial há uma semelhança muito grande em todos nós. Isso também é verdade entre muitas das grandes religiões. Os pontos de convergência são muito mais do que podemos imaginar. Aprendi então a reduzir ao máximo as coisas que para mim não são negociáveis; e isso me ajuda a viver a vida e desempenhar meu trabalho de maneira mais simples permanecendo mais focado. Na nossa comunidade nós não apenas vivemos sob o mesmo teto, mas vivemos como irmãos. Irmãos a gente não escolhe, são dons que se recebe. Amor aos irmãos é uma questão de decisão: a gente tem que decidir de querer bem independentemente das afinidades e da reciprocidade.
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