Em PE, seca causa morte de rebanho, estiagem é a maior dos últimos 60 anos
A
seca que atinge Pernambuco
está afetando gravemente a produção de leite no estado. Dados da
Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco
(Adagro) apontam para uma redução de quase 70% na produção da
bacia leiteira, formada por 14 municípios, com prejuízo mensal
estimado em R$ 36 milhões. A queda afeta consumidores, que sentem a
alta dos preços dos derivados que chegam às prateleiras, e
principalmente os criadores, que presenciam a morte do rebanho com a
falta de chuvas no interior pernambucano – o Sindileite aponta a
morte de mais de 200 mil animais e o abate precoce de outros 528 mil.
Dados de março da Secretaria da Casa Militar de Pernambuco apontam
que 1,3 milhão de pessoas estão sofrendo com a estiagem no estado.
Dos 158 municípios pernambucanos, 132 decretaram estado de
emergência - dos quais 126 tiveram essa condição reconhecida pelo
Ministério da Integração Nacional. "Estamos diante de algo
extraordinário. Talvez seja a seca mais severa dos últimos 60 anos,
em algumas regiões do Nordeste", comentou o ministro Fernando
Bezerra Coelho, em reunião com prefeitos de 50 cidades
pernambucanas, esta semana, no Recife. Produtores
contam que o gado está morrendo porque não tem mais condições de
comprar comida para alimentar os bichos. “A situação é de perda
total. Os animais que ainda estão vivos a gente está só esperando
morrer, porque não temos dinheiro para comprar ração”. “A
cana é o grande problema. O governo estadual comprou a cana, mas
falta transporte, que é por conta do produtor, que precisa pagar o
frete do caminhão, e o produtor muito pobre não tem condições de
buscar a cana na Zona da Mata. Na reunião realizada esta semana
com 50 prefeitos de municípios pernambucanos do Sertão e Agreste, o
ministro Fernando Bezerra Coelho falou a respeito de algumas ações
federais para enfrentamento da estiagem. “No presente momento, a
preocupação é ofertar água. Existe a iminência de colapso no
abastecimento em diversas cidades e, portanto, o governo federal vai
redobrar suas ações não só em parceria com os governos estaduais,
mas também com as prefeituras”, disse. Bezerra Coelho ainda
anunciou que irá criar um programa de recuperação de rebanhos
assim que as chuvas retornarem. “Nós estamos trabalhando na linha
do crédito emergencial. Já ampliamos a contratação de mais de R$
2,5 bilhões, agora estamos anunciando uma ampliação de R$ 200
milhões para que o pequeno criador, o pecuarista, possa ter acesso a
crédito emergencial a juros negativos e consiga manter a sua
propriedade”, concluiu.
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