Tufão nas Filipinas deixam milhares de pessoas mortas
As
autoridades filipinas declararam nesta segunda-feira (11) o estado de
emergência na cidade de Tacloban na ilha de Leyte, a cerca de 580
quilômetros de Manila,
onde segundo cálculos do governo provincial podem ter morrido cerca
de 10 mil pessoas. O
toque de recolher foi imposto na região para todos os residentes com
o objetivo de refrear os saques e a proliferação de outros crimes
depois que a cidade, capital provincial, ficasse 'fora da lei' após
a passagem do tufão Haiyan na sexta-feira passada. "As
pessoas iam a supermercados, lojas, farmácias... Basicamente levavam
tudo que podiam, porque não havia nenhum tipo de lei nem ordem, e
eles precisavam de comida e de água", comentou à Agência Efe
Lynette Lim, cooperante da ONG Save the Children, que viveu o caos
gerado na cidade com a chegada do tufão. Veículos
de imprensa locais reportaram os contínuos saques que bandos de
sobreviventes fazem de maneira organizada com todos os produtos úteis
que encontram em supermercados, de comida e água potável a
lavadoras e televisões, e multidões desesperadas que atacaram um
comboio da Cruz Vermelha com carga de ajuda humanitária. A Polícia
Nacional das Filipinas informou que foram enviados 469 soldados de
reforço, dos quais 169 fazem parte das Forças de Ação Especial
das Filipinas, para garantir a paz e a ordem na região, reporta o
canal "GMA". O
porta-voz do exército filipino, Ramón Zagala, também comentou que
100 soldados de apoio foram enviados à cidade devastada para ajudar
a polícia, enquanto um destacamento de 4 mil soldados espera ordens
em uma base da vizinha ilha de Samar, também severamente afetada
pela passagem do tufão. A falta de mantimentos de primeira
necessidade tornou a situação na cidade insustentável, e milhares
de pessoas buscam e imploram por um lugar nos helicópteros militares
para deixar a cidade. As equipes de resgate ainda não conseguiram
se espalhar totalmente pela ilha, por isso muitas regiões ainda
estão incomunicáveis, e não se sabe qual é sua situação. Os
números extra-oficiais e os informes de campo falam de dezenas de
milhares de vítimas mortas na ilha de Leyte onde o Conselho para a
Gestão e Redução de Desastres prossegue com
a lenta apuração oficial de mortos. Antes da chegada desse tufão
às Filipinas, o
vigésimo quarto do ano, os meteorologistas haviam advertido que
poderia ter um efeito devastador, maior que o tufão Bopha, que em
2012 deixou cerca de mil de mortos. O desmatamento, a proliferação
de jazidas minerais ilegais, a escassez de infraestrutura e a
favelização aumentam os efeitos devastadores das chuvas e os
frequentes tufões que afetam as Filipinas durante a época das
monções. Após arrasar o centro das Filipinas, o Haiyan entrou de
madrugada no norte do Vietnã, onde as autoridades evacuaram
aproximadamente 600 mil pessoas, e se desloca para o sul da China
onde espera-se que chegue nesta tarde enfraquecido, como tempestade
tropical.
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