segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Tufão nas Filipinas deixam milhares de pessoas mortas
As autoridades filipinas declararam nesta segunda-feira (11) o estado de emergência na cidade de Tacloban na ilha de Leyte, a cerca de 580 quilômetros de Manila, onde segundo cálculos do governo provincial podem ter morrido cerca de 10 mil pessoas. O toque de recolher foi imposto na região para todos os residentes com o objetivo de refrear os saques e a proliferação de outros crimes depois que a cidade, capital provincial, ficasse 'fora da lei' após a passagem do tufão Haiyan na sexta-feira passada. "As pessoas iam a supermercados, lojas, farmácias... Basicamente levavam tudo que podiam, porque não havia nenhum tipo de lei nem ordem, e eles precisavam de comida e de água", comentou à Agência Efe Lynette Lim, cooperante da ONG Save the Children, que viveu o caos gerado na cidade com a chegada do tufão. Veículos de imprensa locais reportaram os contínuos saques que bandos de sobreviventes fazem de maneira organizada com todos os produtos úteis que encontram em supermercados, de comida e água potável a lavadoras e televisões, e multidões desesperadas que atacaram um comboio da Cruz Vermelha com carga de ajuda humanitária. A Polícia Nacional das Filipinas informou que foram enviados 469 soldados de reforço, dos quais 169 fazem parte das Forças de Ação Especial das Filipinas, para garantir a paz e a ordem na região, reporta o canal "GMA". O porta-voz do exército filipino, Ramón Zagala, também comentou que 100 soldados de apoio foram enviados à cidade devastada para ajudar a polícia, enquanto um destacamento de 4 mil soldados espera ordens em uma base da vizinha ilha de Samar, também severamente afetada pela passagem do tufão. A falta de mantimentos de primeira necessidade tornou a situação na cidade insustentável, e milhares de pessoas buscam e imploram por um lugar nos helicópteros militares para deixar a cidade. As equipes de resgate ainda não conseguiram se espalhar totalmente pela ilha, por isso muitas regiões ainda estão incomunicáveis, e não se sabe qual é sua situação. Os números extra-oficiais e os informes de campo falam de dezenas de milhares de vítimas mortas na ilha de Leyte onde o Conselho para a Gestão e Redução de Desastres prossegue com a lenta apuração oficial de mortos. Antes da chegada desse tufão às Filipinas, o vigésimo quarto do ano, os meteorologistas haviam advertido que poderia ter um efeito devastador, maior que o tufão Bopha, que em 2012 deixou cerca de mil de mortos. O desmatamento, a proliferação de jazidas minerais ilegais, a escassez de infraestrutura e a favelização aumentam os efeitos devastadores das chuvas e os frequentes tufões que afetam as Filipinas durante a época das monções. Após arrasar o centro das Filipinas, o Haiyan entrou de madrugada no norte do Vietnã, onde as autoridades evacuaram aproximadamente 600 mil pessoas, e se desloca para o sul da China onde espera-se que chegue nesta tarde enfraquecido, como tempestade tropical.