Câmara aprova projeto que torna crime exigência de garantias em atendimento hospitalar

A Câmara dos Deputados aprovou nesta
quarta-feira (2), em Plenário, projeto de lei que torna crime a
exigência de cheque caução, nota promissória ou até preenchimento de
formulário prévio para atendimento nas emergências de hospitais
públicos e privados. O texto segue agora para votação no Senado. Encaminhado
pelos Ministérios da Saúde e da Justiça, o projeto altera o Código
Penal e tipifica a exigência para atendimento hospitalar emergencial
como crime de omissão de socorro. Atualmente, a prática de exigir
cheque caução já é enquadrada como omissão de socorro ou negligência,
mas não existe uma referência expressa sobre não atendimento urgente. O projeto prevê pena de três meses a um
ano de detenção e aplicação de multa. A penalidade atual é de, no
máximo, seis meses de detenção. Se a omissão do atendimento causar
lesão corporal grave ao paciente, a pena dobra, e em caso de morte,
triplica, conforme o texto aprovado pelos deputados federais. Os hospitais privados serão obrigados
ainda a fixar cartazes em local visível informando que a prática de
condicionar atendimento emergencial à entrega de cheque caução ou
outras garantias financeiras é crime. O governo federal apresentou a proposta
um mês após a morte do secretário de Recursos Humanos do Ministério do
Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, 56 anos, vítima, em janeiro
deste ano, de um infarto depois de ter procurado atendimento em dois
hospitais privados de Brasília. As instituições, segundo a família,
teriam exigido cheque caução. Ao se transformar em lei, o projeto
levará seu nome.
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