Antes de votar conheça a "Ficha dos Candidatos"
A CNBB divulgou ''Nota sobre as eleições municipais'', onde afirma que estas eleições têm características próprias. Primeiro, porque se trata de soluções e problemas mais próximos do povo: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia, lazer. Segundo, porque os candidatos estão mais perto da vida do povo, da realidade local. Terceiro, porque os eleitores podem conhecer melhor a índole, isto é, a ''ficha dos candidatos''. Nos municípios, manifestam-se também as crises que o mundo atravessa. Isso dificulta aos cidadãos votar bem, acreditar no poder do voto e suas consequências, a não vender seu voto. Votar é uma conquista da democracia e exercício de cidadania, solidificação da cultura da participação. No mundo e no município somos uma grande família. Votar com consciência, liberdade, lealdade é colaborar pelo bem de todos, pois, todos somos irmãos. Temos duas leis de iniciativa popular. A primeira é contra a corrupção eleitoral e compra e votos: Lei 98.840 de 1999. Os membros dos comitês devem munir-se de máquinas fotográficas e outros aparelhos que comprovem a compra de votos. Além disso as testemunhas dos fatos são de grande valor para a indiciação e acusação dos infratores. Formemos, pois estes comitês que a lei permite. Usemos estes meios legítimos, não devemos nos omitir. A outra lei é da ''Ficha Limpa'', que permite aos eleitores denunciar, tendo provas, quem é ''ficha suja''. Esta lei teve sua constitucionalidade confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. É só aplicá-la na prática. Os critérios de um candidato ''ficha limpa'' são: honestidade, competência, transparência, respeito ao bem comum, coerência entre o que diz e o que faz. Votar em alguém porque fala bonito, porque tem aparência simpática, porque faz promessas, porque tem dinheiro, não é votar e com consciência, mas, por conveniência. Outro critério importante é a história de vida do candidato, seu passado, suas ações e práticas, seu testemunho de honestidade. Não é verdade que todos os políticos são iguais. Precisamos saber discernir a índole dos candidatos, seus projetos, seu partido, seu currículo, seu passado, isto é, suas práticas, competências e intenções. O negativismo em relação à política não ajuda a melhorar a situação.
Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina
- Fonte: www.folhaweb.com.br

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