sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Para Eugênio Bittencourt, recursos Federais e uma gestão responsável ajudaram a corrigir desigualdades sociais
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Eugênio Bittencourt fez um balanço dos sete anos e oito meses a frente do executivo de Nova Laranjeiras. Ele foi vereador de 2000 a 2004 e, agora, está num mandato consecutivo, de 2005 a 2012, como prefeito.  Falando com exclusividade para o Diário Correio do Povo do Paraná, destacou os grandes avanços nos setores públicos municipais, com investimentos que superaram R$ 23 milhões em parcerias com o governo federal e o Estado. Destaca que os bons resultados são frutos de uma equipe de gestores determinados, com o objetivo de construir uma cidade cada vez melhor, tornando-a referência em gestão pública e de qualidade de vida. Confira alguns tópicos da entrevista:
Ao assumir o executivo, em 2005, o município estava em meio a um lamaçal de denúncias e gestões fraudulentas. Como foi possível mudar isso?
Eugênio Bittencourt – Como vereador, nos procuramos em representar bem a população num período muito ruim para a todos, com os prefeitos envolvidos em denúncias, dizendo que não era possível fazer melhorias pela falta de recursos e dívidas de outras gestões. As pessoas enfrentavam muitas dificuldades pela falta de estradas, sem sistema de saúde, maquinário sucateado, prefeitura funcionando em meio expediente, notícias ruins na imprensa, entre outras coisas. Ao assumirmos, convocamos a população para uma administração participativa a longo prazo. Atualmente, vivemos uma nova realidade. Adquirimos máquinas, caminhões e veículos e demos prioridade nas estradas, estruturando a maior indústria do município, que é a agricultura familiar, na qual a estrada é base. Hoje, graças a Deus, somos referência para região na qualidade de estradas e na produção agrícola.
Qual a diferença do sistema de saúde atual com o do passado?
EB - No passado a população sofreu muito na questão saúde, pois a única referência que tinha era um cartaz nos postos de saúde, que dizia que o motorista de plantão era fulano tal, e muitas vezes não o encontrava. Estamos comemorando cinco anos de funcionamento do hospital municipal Severino da Rosa, aberto 24 horas por dia, com a presença de médicos. Considero esta uma das maiores conquistas do nosso governo, com mais de 30 mil atendimentos e o nascimento de 600 crianças. Estamos concluindo o mandato com 14 ônibus novos. Vencemos as dívidas herdadas e vamos deixar o município organizado em todos os segmentos públicos. 
O PT que mudou o Brasil contribuiu para as transformações que ocorreram no município?
EB - Muitas pessoas tinham medo do que poderia acontecer quando o Lula se elegeu presidente, hoje esse paradigma foi quebrado, o medo deu lugar a esperança. Projetos fantásticos, a possibilidade do crédito agrícola e empresarial estão mudando a vida das pessoas, dando a elas as condições de expandir, adquirir bens, proporcionando conforto e qualidade de vida. Superamos a casa dos R$ 23 milhões em investimentos, e isso porque o governo federal entendeu a necessidade do povo, porque tínhamos uma administração séria e comprometida em fazer as transformações necessárias que a cidade precisava. Se fizermos a conta, são mais de R$ 10 mil/dia em investimentos de recursos em Nova Laranjeiras, são obras importantes, emblemáticas, como a recuperação do asfalto que liga a cidade a comunidade Guaraí, contribuindo para o desenvolvimento e crescimento daquela região. 
O fato de ser do PT e estar na presidência da Cantu contribuiu para o município e a região?
EB - Quando o presidente Lula criou os territórios de cidadania foi para corrigir algumas mazelas que existiam neste país, com algumas regiões subdesenvolvidas e outras deprimidas. Nós vimos esse desenvolvimento acontecendo ao nosso redor na região e nós parados. Fomos eleitos e reconduzidos ao cargo. Desde então, são muitas conquistas, uma delas foi o consórcio intermunicipal com a patrulha de máquinas e caminhões atuando em cinco cidades. Muitos não acreditaram e os bons resultados estão aí. A minha maior bandeira de luta foi para que associação tivesse sua sede própria e isso vai acontecer com o apoio do senador Sergio Souza, da ministra Greisi Hoffmann e deputados. Conseguimos a doação de um terreno repassado pelo Dnit e já temos os recursos garantidos para iniciar as obras, com custo de R$ 1,2 milhões, mostrando que o bom político é aquele que faz ações e não fica apenas nos discursos políticos.
O tratamento com o povo indígena mudou muito na sua gestão. Isso foi importante para as transformações que vem ocorrendo na Aldeia Rio das Cobras?
EB - Eu avalio que nós ainda devemos muito à população indígena, um povo que carece de muita coisa. Temos que aprender a respeitar as culturas indígenas, o país é composto de pessoas do mundo inteiro, uma mistura de raças. A indígena é natural desta terra! Alguns investimentos importantes estão acontecendo no governo da presidente Dilma, com melhorias e qualidade de vida as famílias. Criamos departamento de assuntos indígenas e isso tem sido preponderante para as melhorias.  Há uma disputa entre as cidades na tentativa de atrair empresas. O senhor trouxe segmentos importantes para o município, isso rendeu empregos? 
EB - Um dos traumas do nosso mandato foi a não consolidação da implantação de um frigorífico de uma empresa canadense, estava tudo aprovado, com a escolha do terreno, mas a crise econômica internacional e na Europa nos tirou este sonho. Procuramos outros caminhos, pois é difícil tirar uma grande empresa das regiões metropolitanas. Tivemos a felicidade de receber a Nelore Het, referência no Estado e no país, com a possibilidade da instalação de uma grande praça de vendas e leilões de gado. A Terra Cereais foi outra grata surpresa que está gerando dezenas de empregos. Nós não tínhamos sequer uma agência de Correios, hoje temos até um Banco do Brasil. A Universidade Federal, em Laranjeiras do Sul também deverá atrair investimentos para o nosso município.  
Encerrando o mandato, pretende continuar na política?
EB - Como militante político, vamos trabalhar para que as coisas boas continuem acontecendo no município. Nós temos um projeto que não é de oito anos, e sim de um futuro promissor. Como o presidente Lula fez, deu condições para que a presidente Dilma pudesse ter a continuidade numa política de governo, de trabalho, e a prova está aí, com os maiores índices de aprovação popular. Nós queremos isso para o município.
Estando a três meses de fechar seu mandato, ficou alguma frustração do que mais poderia ter feito pelo município?
EB – Olha, a gente sempre quer mais do que se consegue fazer, isso é natural do ser humano. Amamos Nova Laranjeiras e por aqui queremos ficar, envelhecer, criar nossos filhos. Estamos muito felizes junto à equipe, secretários e apoiadores. Sozinho não chegaria a lugar nenhum. Talvez de 85% a 90% do que planejamos com a população nós conseguimos realizar e acredito ser uma boa marca de gestão. Nós queríamos muito mais, mas dentro das nossas possibilidades procuramos fazer o melhor. O carinho que estamos recebendo ao final de oito anos é o mais importante e nos da a sensação do dever cumprido. Só nos resta agradecer a toda população pelo confiança no trabalho realizado.
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