Para Eugênio Bittencourt, recursos Federais e uma gestão responsável ajudaram a corrigir desigualdades sociais
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Eugênio Bittencourt fez um balanço dos sete anos
e oito meses a frente do executivo de Nova Laranjeiras. Ele foi
vereador de 2000 a 2004 e, agora, está num mandato consecutivo, de
2005 a 2012, como prefeito. Falando com exclusividade para o
Diário Correio do Povo do Paraná, destacou os grandes
avanços nos setores públicos municipais, com investimentos que
superaram R$ 23 milhões em parcerias com o governo federal e o
Estado. Destaca que os bons resultados são frutos de uma equipe de
gestores determinados, com o objetivo de construir uma cidade cada
vez melhor, tornando-a referência em gestão pública e de qualidade
de vida. Confira alguns tópicos da entrevista:
Ao assumir o executivo, em 2005, o município
estava em meio a um lamaçal de denúncias e gestões fraudulentas.
Como foi possível mudar isso?
Eugênio Bittencourt – Como vereador, nos
procuramos em representar bem a população num período muito ruim
para a todos, com os prefeitos envolvidos em denúncias, dizendo que
não era possível fazer melhorias pela falta de recursos e dívidas
de outras gestões. As pessoas enfrentavam muitas dificuldades pela
falta de estradas, sem sistema de saúde, maquinário sucateado,
prefeitura funcionando em meio expediente, notícias ruins na
imprensa, entre outras coisas. Ao assumirmos, convocamos a população
para uma administração participativa a longo prazo. Atualmente,
vivemos uma nova realidade. Adquirimos máquinas, caminhões e
veículos e demos prioridade nas estradas, estruturando a maior
indústria do município, que é a agricultura familiar, na qual a
estrada é base. Hoje, graças a Deus, somos referência para região
na qualidade de estradas e na produção agrícola.
Qual a diferença do sistema de saúde atual
com o do passado?
EB - No passado a população sofreu muito
na questão saúde, pois a única referência que tinha era um cartaz
nos postos de saúde, que dizia que o motorista de plantão era
fulano tal, e muitas vezes não o encontrava. Estamos comemorando
cinco anos de funcionamento do hospital municipal Severino da Rosa,
aberto 24 horas por dia, com a presença de médicos. Considero esta
uma das maiores conquistas do nosso governo, com mais de 30 mil
atendimentos e o nascimento de 600 crianças. Estamos concluindo o
mandato com 14 ônibus novos. Vencemos as dívidas herdadas e vamos
deixar o município organizado em todos os segmentos públicos.
O PT que mudou o Brasil contribuiu para
as transformações que ocorreram no município?
EB - Muitas pessoas tinham medo do que
poderia acontecer quando o Lula se elegeu presidente, hoje esse
paradigma foi quebrado, o medo deu lugar a esperança. Projetos
fantásticos, a possibilidade do crédito agrícola e empresarial
estão mudando a vida das pessoas, dando a elas as condições de
expandir, adquirir bens, proporcionando conforto e qualidade de vida.
Superamos a casa dos R$ 23 milhões em investimentos, e isso porque o
governo federal entendeu a necessidade do povo, porque tínhamos uma
administração séria e comprometida em fazer as transformações
necessárias que a cidade precisava. Se fizermos a conta, são mais
de R$ 10 mil/dia em investimentos de recursos em Nova Laranjeiras,
são obras importantes, emblemáticas, como a recuperação do
asfalto que liga a cidade a comunidade Guaraí, contribuindo para o
desenvolvimento e crescimento daquela região.
O fato de ser do PT e estar na presidência da
Cantu contribuiu para o município e a região?
EB - Quando o presidente Lula criou os
territórios de cidadania foi para corrigir algumas mazelas que
existiam neste país, com algumas regiões subdesenvolvidas e outras
deprimidas. Nós vimos esse desenvolvimento acontecendo ao nosso
redor na região e nós parados. Fomos eleitos e reconduzidos ao
cargo. Desde então, são muitas conquistas, uma delas foi o
consórcio intermunicipal com a patrulha de máquinas e caminhões
atuando em cinco cidades. Muitos não acreditaram e os bons
resultados estão aí. A minha maior bandeira de luta foi para que
associação tivesse sua sede própria e isso vai acontecer com o
apoio do senador Sergio Souza, da ministra Greisi Hoffmann e
deputados. Conseguimos a doação de um terreno repassado pelo Dnit e
já temos os recursos garantidos para iniciar as obras, com custo de
R$ 1,2 milhões, mostrando que o bom político é aquele que faz
ações e não fica apenas nos discursos políticos.
O tratamento com o povo indígena mudou muito
na sua gestão. Isso foi importante para as transformações que vem
ocorrendo na Aldeia Rio das Cobras?
EB - Eu avalio que nós ainda devemos muito
à população indígena, um povo que carece de muita coisa. Temos
que aprender a respeitar as culturas indígenas, o país é composto
de pessoas do mundo inteiro, uma mistura de raças. A indígena é
natural desta terra! Alguns investimentos importantes estão
acontecendo no governo da presidente Dilma, com melhorias e qualidade
de vida as famílias. Criamos departamento de assuntos indígenas e
isso tem sido preponderante para as melhorias. Há uma disputa entre as cidades na tentativa de
atrair empresas. O senhor trouxe segmentos importantes para o
município, isso rendeu empregos?
EB - Um dos traumas do nosso mandato foi a não
consolidação da implantação de um frigorífico de uma empresa
canadense, estava tudo aprovado, com a escolha do terreno, mas a
crise econômica internacional e na Europa nos tirou este sonho.
Procuramos outros caminhos, pois é difícil tirar uma grande empresa
das regiões metropolitanas. Tivemos a felicidade de receber a Nelore
Het, referência no Estado e no país, com a possibilidade da
instalação de uma grande praça de vendas e leilões de gado. A
Terra Cereais foi outra grata surpresa que está gerando dezenas de
empregos. Nós não tínhamos sequer uma agência de Correios, hoje
temos até um Banco do Brasil. A Universidade Federal, em Laranjeiras
do Sul também deverá atrair investimentos para o nosso município.
Encerrando o mandato, pretende continuar na
política?
EB - Como militante político, vamos
trabalhar para que as coisas boas continuem acontecendo no município.
Nós temos um projeto que não é de oito anos, e sim de um futuro
promissor. Como o presidente Lula fez, deu condições para que a
presidente Dilma pudesse ter a continuidade numa política de
governo, de trabalho, e a prova está aí, com os maiores índices de
aprovação popular. Nós queremos isso para o município.
Estando a três meses de fechar seu mandato,
ficou alguma frustração do que mais poderia ter feito pelo
município?
EB – Olha, a gente sempre quer mais do
que se consegue fazer, isso é natural do ser humano. Amamos Nova
Laranjeiras e por aqui queremos ficar, envelhecer, criar nossos
filhos. Estamos muito felizes junto à equipe, secretários e
apoiadores. Sozinho não chegaria a lugar nenhum. Talvez de 85% a 90%
do que planejamos com a população nós conseguimos realizar e
acredito ser uma boa marca de gestão. Nós queríamos muito mais,
mas dentro das nossas possibilidades procuramos fazer o melhor. O
carinho que estamos recebendo ao final de oito anos é o mais
importante e nos da a sensação do dever cumprido. Só nos resta
agradecer a toda população pelo confiança no trabalho realizado.
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