sexta-feira, 20 de maio de 2011

Crise Atinge os Hospitais Particulares de Laranjeiras do Sul
Corte das AIHs ameaça atendimento a população que precisar de internamento pelo SUS

A crise na saúde pública no estado do Paraná provocada com o corte das Autorizações de Internações Hospitalares (AIH´s), ameaça muitos hospitais a fechar suas portas por falta de recursos do governo. Muitas instituições estão atravessando uma fase crítica e corre o risco de reduzirem o número de internamentos, o que gera um dilema: priorizar o atendimento dos pacientes. Muitos hospitais da região Cantuquiriguaçu já manifestaram a crise, o que está preocupando os administradores com o futuro dos estabelecimentos, que podem chegar ao fundo do poço. Os diretores dos Hospitais São José e São Lucas de Laranjeiras do Sul reuniram a imprensa nesta quinta-feira (19) para falar sobre o impacto que o corte das AIHs poderá provocar no atendimentos dos hospitais. Segundo o médico administrador do Hospital São José, Paulo Bianchini Perez, o número de internação diminuiu 30%. “Dos 410 internamentos que eram permitidos entre os dois hospitais antes do corte das AIHs, agora o número caiu para 320, ou seja, 90 internamentos a menos. Isso representa 30% de redução”, destacou. “Senão bastasse isso, o governo reduziu o valor pago por AIH de 8% para 7,5%, o que prejudicou ainda mais os hospitais”, acrescentou. “Isso vai dificultar tanto a questão de internamentos, cirurgias eletivas, além de obrigar os hospitais a priorizar o atendimento à população. Com isso as administrações dos hospitais terão que se adequar a nova realidade para evitar fechar as portas”, argumentou. Por fim, o médico, Januário de Sio Neto, diretor do Hospital São Lucas, admitiu que se essa situação perdurar, os hospitais terão que promover cortes de funcionários. “Vai ser necessário cortes em todos os sentidos, como qualquer empresa, porque recebendo menos do governo do Estado nós vamos ter dificuldade em pagar a folha salarial”, ressaltou. “Vai afetar diretamente os municípios e seus governos, porque vai começar haver reclamação da população por conta da diminuição no número de internamentos. E nós queremos deixar bem claro que essa situação não foram os hospitais que criaram, nós apenas estamos cumprindo determinações porque fomos contratos para atender até certo número, e vamos cumprir”, esclareceu.

Cantuquiriguaçu
O assunto vem sendo tratado inclusive nas reuniões dos prefeitos da Associação Cantuquiriguaçu. Na terça-feira (17), por exemplo, alguns prefeitos capitaneados pelo presidente da Cantu, Eugênio Bittencourt, debateram com o secretário de estado da Saúde, Michele Caputo Neto, em Curitiba, a situação crítica que passam os municípios que mantém os hospitais públicos. A participação dos prefeitos foi em busca de tentar sensibilizar o secretário Caputo para intervir junto ao governador Beto Richa (PSDB) para que reveja o corte das AIHs.